Caros companheiros de ideal espírita,
Mediante o momento sensível que a Humanidade atravessa e as dúvidas que assolam as almas, no nosso país e no mundo, a Federação Espírita Portuguesa julga ser seu papel pronunciar-se no sentido de procurar orientar e esclarecer, à luz dos conhecimentos espíritas, atendendo também às inúmeras solicitações e consultas de que tem sido justamente objeto.
Por mais estranhos e desconcertantes que se apresentem os acontecimentos no mundo, nada ocorre desenquadrado da supervisão Superior e tudo se passa de acordo com os Desígnios Divinos, que atuam em benefício do aprimoramento espiritual humano. Deus não se engana e os Espíritos Superiores estão atentos e no controlo de todas as situações.
Cabe aos espíritas constituírem-se exemplos de serenidade, de confiança e de fé. Perante as emoções desordenadas, o sensacionalismo e o pânico, cumpre-nos conservar a calma, o verbo disciplinado e a mente resguardada na prece.
Cumpre-nos, de igual modo, sermos exemplos de responsabilidade cívica, de obediência e de disciplina, acatando conscienciosamente as ordenações humanas. Este cumprimento passa por adotarmos todas as medidas recomendadas para contenção desta situação, em plena e rigorosa colaboração com as autoridades competentes, do mundo material em que vivemos.
Assim, a Federação Espírita Portuguesa recomenda que, os espíritas em geral e os Centros Espíritas em particular, procedam conscienciosamente e em conformidade com essas orientações oficiais, suspendendo as reuniões públicas e criando, se possível, planos de contingência para prosseguimento da sua atividade à distância.
A Federação Espírita Portuguesa declara que, dentro deste espírito de cooperação, suspenderá as suas atividade públicas a partir de hoje e até orientações em contrário por parte das autoridades governamentais.
Com as nossas saudações fraternas,
Vítor Mora Féria
(Presidente da Federação Espírita Portuguesa)
“Sem dúvida é apavorante pensar em perigos dessa natureza, mas, pelo facto de serem necessários (…), é preferível, em vez de esperá-los tremendo, preparar-se para enfrentá-los sem medo, sejam quais forem os seus resultados. Para o materialista, é a morte horrível e o nada por consequência; para o espiritualista, e em particular para o espírita, que importa o que acontecer! Se escapar do perigo, a prova o encontrará sempre inabalável; se morrer, o que conhece da outra vida fá-lo-á encarar a passagem sem empalidecer.
Preparai-vos, pois, para tudo, e sejam quais forem a hora e a natureza do perigo, compenetrai-vos desta verdade: A morte não é senão uma palavra vã e não há nenhum sofrimento que as forças humanas não possam dominar.” – CLÉLIE DUPLANTIER (mensagem mediúnica recebida na Sociedade de Paris, em 16 de outubro de 1868. Allan Kardec, “Epidemia na Ilha Maurícia”, in Revista Espírita, novembro de 1868)