Congresso | Conclusões Mesa 7

3º PAINEL | AÇÃO MORAL DO ESPIRITISMO – 7ª Mesa de debate – Problemas morais [Artigos “O assassino Leimaire” – mar. 1858; “O suicídio de um ateu” – fev. 1861; “Efeitos do desespero” – jun. 1861; “O Hospital” – jul. 1861 (Nerval e Muset)] – Alexandra Fonseca (AECV – Águeda, Gláucia Lima (AME Lisboa/AME Portugal) e Inês Guinote (PL – ASE Cascais).

Destacamos como conclusões principais da análise dos artigos propostos os seguintes pontos:
• O sentimento de desesperança daqueles que morrem sem a compreensão do sentido da vida, das razões do sofrimento e da dor;
• Os problemas da vida, e sua incompreensão, fazem as pessoas distanciarem-se de Deus;
• As dores do corpo são os reflexos das dores da alma, que padece em sofrimento;
• Os problemas morais não se extinguem com a morte e a culpa e o remorso dos atos praticados permanecem;
• A certeza do reencontro com os entes amados que perdemos e o conhecimento de que o nosso sofrimento lhes é perturbador apazigua esse sofrimento, na perspetiva de que a separação é temporária;
• O suicídio não nos aproxima daqueles que perdemos, pelo contrário, nos afasta;
• Não basta a crença na imortalidade da alma, é preciso saber da finitude da vida e da dor;
• O objetivo principal dos nossos problemas é a correção dos nossos comportamentos e a evolução.
Fica patente o quão importante teria sido o conhecimento da Doutrina Espírita em cada um dos casos expostos e a diferença que podia ter realizado no desfecho dos mesmos.
Problemas Morais tais como, ansiedade, culpa, doença, remorso, perdas e desespero face às situações difíceis da vida, comuns ao ser humano, já estão presentes nestes artigos do Século XIX e continuam presentes na atualidade. Seriam atenuados pela compreensão da imortalidade da alma e do sentido da vida, da lei de causa e efeito e da reencarnação.
Fica ainda clara a importância do estudo como prevenção de atos de desespero, tais como o suicídio. Não basta instruir, é preciso educar! Não basta divulgar, é preciso acolher, seja no atendimento em reuniões mediúnicas aos desencarnados, seja no atendimento fraterno integrado aos encarnados.
A espiritualidade que a Doutrina Espírita nos ensina, proporciona-nos um conforto e uma resignação que nos permitem enfrentar o sofrimento e os obstáculos, em todas as fases da vida, de uma forma resiliente, proporcionando a educação do Espírito.
Como espíritas, trabalhadores da última hora, temos a responsabilidade de estudar sempre e levar este conhecimento aos nossos irmãos de jornada, nas nossas relações familiares, de trabalho e através da divulgação da Doutrina Espírita, não só pela palavra, mas acima de tudo pela nossa atitude e postura perante a vida.
Veio Allan Kardec, em pleno Século XIX, organizar o Pentateuco espírita “facilitando aos homens a inteligência e a prática da moral do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam”, tendo preconizado como “6º e último período do Espiritismo”, o da “Renovação Social, abrindo o Século XX”. Abrindo o Século XXI, porém, encontramos essa nova Era iniciando ainda, quando não mais a teoria, a experimentação, o debate e o esgrimir de argumentos apresentam a Doutrina dos Espíritos ao mundo, mas antes a exemplificação da renúncia, da abnegação, da paz… os sentimentos, os afetos, as habilidades emocionais…, a educação não do outro mas do EU e a reforma íntima, sem filtros… Quando a Fé finalmente nos faculta encontrar o Deus interno, o SELF, a centelha divina… o AMOR, que liberta da dor!