Congresso | Conclusões Mesa 9

3º PAINEL | AÇÃO MORAL DO ESPIRITISMO – 9ª Mesa de debate – Ação do Espiritismo (Artigos “Exemplos de ação moralizadora” (2º caso) – nov. 1863; “A Prece”- Fénelon – jul. 1861; “A amizade e a prece” – jun. 1863) – Paulo Leal (CEPC – Lisboa), Rodolfo Martins (AECA – Braga)  e Sandra Sequeira (No Invisível). 

O Espiritismo é um poderoso meio de mudança de consciências.

Estamos a viver uma verdadeira convulsão de ideias. “Os homens progressistas descobrirão nas ideias espíritas, uma poderosa alavanca e o Espiritismo achará, nos novos homens, Espíritos inteiramente dispostos a acolhê-lo.”

Percebemos isto, na forma como hoje se olha para a vida além da morte, como se discutem questões éticas e sociais. O mundo não está pior, nós é que estamos mais sensíveis!

Via-se, na altura de Kardec, e agora ainda mais, essas mudanças, esse esforço. Diz-nos Kardec que as novas gerações não se compõem de Espíritos eminentemente superiores, “mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as ideias progressistas e estejam aptos a secundar o movimento de regeneração”.

Neste momento a nossa sociedade vai criando cada vez mais ferramentas para acudir a quem deixa de ter condições de vida.

Os três artigos analisados completam-se na perfeição – a mudança do recluso, por força da ação moralizadora do Espiritismo, o reforço que o poder da fé nos oferece e o poder da verdadeira amizade que impele ao bem!

Quando pensamos em impacto social, devemos perceber que a sociedade somos nós e que devemos ser impactados, para então, ao viver em sociedade, gerarmos o impacto positivo que todos esperamos.

A sementinha plantada hoje, não sabemos quando iremos colher o seu fruto!

Nessa relação de impacto, exercemos muitos papéis! Em muitos momentos somos o prisioneiro que necessita de esclarecimento, noutros momentos somos o canal como foi o Sr. Bernoit, ou somos a trabalhadora que iniciou o Sr. Benoit no Espiritismo.

O importante é entendermos essa dinâmica! Somos impactados, interiorizamos esse impacto, mudamos por força física-moral deste e somente aí ficamos habilitados à impactar.

A prece é a nossa ligação com a pátria espiritual. Neste momento começamos a ter consciência do ser espiritual que somos e do poder da prece como contacto permanente com esse mundo.

A prece tem um efeito colateral bonito – força-nos a olhar e a analisar aquilo que pedimos, considerando as nossas crenças.

A prece é a nossa melhor ferramenta para a nossa conexão com Deus. A prece é um fator de sustentação e proteção – ao orar, acionamos de forma mais intensa os mecanismos divinos e naturais, ou seja, ao direcionar uma prece a Deus, a estrutura Espiritual de cada um responde (o nosso Anjo da Guarda por exemplo, é o responsável direto junto de Deus pela nossa reencarnação).

Ao falar de prece acabamos por tocar na FÉ. Inicialmente a Fé era vista como “acreditar”, o que hoje é pouco, considerando as informações que temos.

A FÉ é trabalhar em conjunto. O homem faz a sua parte e Deus faz a parte Dele – visão extremamente madura e correta, porém ainda incompleta. No Espiritismo a Fé é o melhor momento para a perceção do próprio destino, e por isso forma essa barreira intransponível citada no nosso artigo. O indivíduo sabe o seu destino, portanto, o restante é caminho para lá chegar.

Como Espíritas compreendemos a necessidade de juntarmos esforços, o auxílio que temos através da ligação pela prece, para nos focarmos nos exemplos de Jesus, não gastando energias em questões secundárias que só provocam atritos e atrasos no nosso progresso e no do mundo que nos rodeia.